Se fizermos uma retrospectiva do pensamento filosófico, veremos que os primeiros filósofos na Grécia antiga inauguraram uma forma de raciocínio muito diferente da que se conhecia em seu passado. De certa forma, todos os filósofos ao longo da história modificaram as bases do conhecimento anterior.
Os primeiros filósofos reavaliaram questões relacionadas à ética, e passaram a buscar no seu pensamento ético uma forma de se obter a felicidade como um resultado comum à sociedade.
Talvez a felicidade não passe de um momento rápido e fugaz da emoção ligado a uma sensação de equilíbrio, bem-estar e plenitude, mas, mesmo assim, o pensamento filosófico procurou formas para estabelecê-la com segurança.
Ao fornecer os primeiros fundamentos para o estabelecimento de uma moral no mundo, com o intuito de trazer a felicidade para os homens, acabou servindo também para a instituição da moral como um controle social rígido por meio de leis políticas, religiosas, governamentais etc.
Ao longo da história, alguns pensadores desenvolveram essas ideias iniciais sobre ética e felicidade, adaptando-as ao momento presente, enquanto outros cérebros e cabeças pensantes e criativas modificavam totalmente a forma de pensamento, a sociedade, o mundo e a humanidade.
São as mentes criativas que possibilitam as mudanças. Os pensadores gregos, como Sócrates e Platão, foram na verdade os primeiros cérebros criativos da história. Da mesma forma, os inventores da lâmpada, do automóvel e do avião foram as mentes pensantes de sua época, atuando a partir de sua criatividade.
Assim, vemos que foram sempre algumas poucas mentes criativas que atuaram para modificar o todo, enquanto a maioria apenas se adaptava à mudança resultante de sua criatividade.
Hoje em dia, em decorrência da mídia social, vivemos a era ou o momento em que todos se consideram filósofos e pensam estar com a razão, quando, na realidade, pela filosofia, a própria razão não existe, sendo o questionamento o elemento que molda a perfeição do pensamento.
Estamos em uma era em que todos pensam ser filósofos, mas estatisticamente poucos são criativos a ponto de realmente fazerem alguma diferença. Isso se revela com toda clareza na mídia social, em que ninguém possui criatividade suficiente para escrever algo que realmente silencie as outras pessoas, por falta de argumento.
Sócrates, Aristóteles ou Kant jamais publicariam na mídia social um pensamento com tanta certeza e convicção sem antes efetuarem uma análise detida, porque um filósofo, ao dizer algo, deve estar muito convicto do que afirma, pois além de ser assertivo, o seu pensamento precisa ser lógico e coerente.
Dificilmente o filósofo da atualidade ou a mente criativa que realmente procura o bem-estar próprio e o dos outros dedicaria o seu tempo para publicar em uma rede social.
Ele não teria vontade de discutir pensamentos que não apresentam argumentos ou que se utilizam de argumentos incabíveis.
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O filósofo, que não é senão uma mente inteligente, sabe que não pode mais debater como antigamente, como na Grécia, como os sofistas ou outros, contra argumentos que não fazem sentido. E sabe que, se tentasse, certamente cairia em uma tristeza absoluta, o que seria o contrário do propósito inicial da filosofia, como dissemos, de encontrar a felicidade.
Concluindo, ousamos afirmar que Sócrates, o filósofo grego dos diálogos e dos debates, seria hoje em dia um homem muito triste, porque apesar de haver muito mais gente no mundo, há muito menos pessoas para se debater.