Como é que queres levar uma vida normal,
se a tua vida é algo fora da caixa,
é extraordinária, é incomum, é única,
é simplesmente vida.
Vida que anda, vida que vê, vida que cheira, vida que pensa,
vida que ouve, vida que gosta e vida que sente.
Se fosse uma vida normal,
terias nascido uma outra coisa,
não um ser humano, que vive e age
como se a sua vida fosse mesmo coisa pouca…
Como é possível que acordemos todos os dias como se a vida fosse um fardo, como se a vida fosse algo sem valor, com um desejo estranho de querer que o dia logo acabe, que a semana logo acabe, para podermos chegar rapidamente ao fim de semana, por considerarmos que só no fim de semana seremos felizes e alegres?! Como é possível que o ego comande, determine o que vamos fazer e o que vamos sentir com dados ocorridos no passado?
Como é possível que a alma assista impávida e serena à ditadura da normalidade? Como é possível que a vitalidade de cada célula e a vitalidade de cada átomo sejam substituídos pela mera reação que o ser tem para com os acontecimentos e as vicissitudes da vida? Como se tudo já estivesse determinado mesmo antes de acontecer, como se tudo já fosse um inexorável plano da existência, em que a criatividade e a vitalidade não têm lugar.
Como é possível não ficar comovido com a visão que se tem da vida, com a vida que pulsa intensamente dentro de nós à nossa volta e, por onde quer que olhemos, como é possível que o entusiasmo não queime o peito por tanta ânsia de vida? Como é possível que o calor do amor não faça explodir cada célula de plena vida e abundância?
Como é possível que o sorriso ceda lugar ao desânimo, que a espontaneidade da experiência do instante seja substituída pelo calculismo do aparente controlo do momento presente? Como é possível?
Parece tudo tão normal,
cada novo dia,
como se não fosse uma bênção,
e se não é uma bênção,
que seja simplesmente para agradecer a vida,
vivendo-a como o mais sagrado que pode haver,
até mais do que Deus,
porque o criador está de fato no criado.
Parece tudo tão normal,
que a normalidade deveria ceder lugar
à comoção inexplicável de uma lágrima,
ao riso sincero de um rosto,
ao olhar terno de uma visão única,
e ao sentir demasiado intenso da presença da vida!
É como se o poema não acabasse,
como se a vida não acabasse,
como se a visão do mundo não acabasse,
tal é o imenso amor que tenho dentro de mim,
provocando uma explosão de vida que parece que nunca mais acaba!
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Viver a vida e ser a vida são duas situações que simplesmente estão para além da nossa pequena compreensão do que pensamos ser a vida. Portanto, meu bom amigo, viva essa sua presente vida como se não tivesse mais nenhuma, como se o fim dessa estivesse muito próximo. Viva essa vida como se o seu peito estivesse a explodir de êxtase.
Agradeça e ore, agradeça e vá, vá viver enquanto há vida dentro de você, enquanto ainda está vivo. Sacraliza cada momento, cada gesto, cada palavra, cada olhar como se o plano espiritual tivesse para você uma surpresa. Vá e viva a maior bênção que poderia ter tido, que é viver a vida conscientemente desse lado.