Autoconhecimento Doutrina Espírita

Vocação e autocrescimento

Mulher de costas com os braçoes abertos com pôr-do-sol de fundo
Escrito por Antônio Navarro

O eminente psicólogo norte-americano Howard Gardner conceitua de Inteligências Múltiplas a diversidade intelectual e vocacional nos seres humanos, de acordo com as expressões individuais mais acentuadas. De acordo com o grande pensador, todos temos uma habilidade mais desenvolvida – chamemos de tendências e aptidões – e que se encaixa em uma das “inteligências” que ele propõe: Linguística; Musical; Lógica/Matemática; Visual/Espacial; Corporal/Cinestésica; Interpessoal; Intrapessoal e Naturalista.

Também já se encontram bem desenvolvidos, nos dias de hoje, os conceitos das Inteligências Emocional e Espiritual. A doutrina espírita, através dos espíritos superiores, explica que os espíritos são criados simples e ignorantes, tendo por objetivo a perfeição, sem exceções, e que as diferenças existentes entre os seres humanos são resultantes do uso do livre-arbítrio através das experiências reencarnatórias que tenha experimentado.

Mulher em campo com os braços para cima sendo iluminada pelo sol

Em algumas ocasiões, por conta do mau uso de seus atributos intelectivos, o espírito reencarna com determinadas restrições na constituição corporal, que impedem a exteriorização das potencialidades já desenvolvidas anteriormente. Isto explica a maioria dos casos de insuficiência mental.

Há, portanto, um trajeto a ser percorrido, e a esse movimento chamamos de progresso, que a doutrina espírita diz ser uma das leis naturais, a lei do progresso, que se encontra exteriorizada na terceira parte de O Livro dos Espíritos. Para que o progresso individual se dê com maior proveito – estamos falando de progresso interior – convém ao homem observar suas vocações, tendências e aptidões, corrigindo as negativas e desenvolvendo as positivas. É para isso que reencarnamos.

Para isso, todos precisamos nos autoconhecer, ou seja, olhar para dentro de nós mesmos em processo analítico honesto, utilizando-se de uma referência onde se possa espelhar.

Para a doutrina espírita, a melhor referência é Nosso Senhor Jesus Cristo, na observância dos Seus ensinos.

Ocorre que, por comodismo, ou falta de confiança – duas características da inferioridade espiritual – estaciona-se, perdendo as oportunidades que a Divina Providência fornece para o nosso próprio desenvolvimento. Para o comodismo, frequentemente o incentivo é a “dor”. Afinal de contas, “quem não vai pelo amor, vai pela dor”, diz o ditado popular. É a dor-evolução.

Para a falta de confiança, o esclarecimento é fundamental

O grande cientista da educação Alfred Binet se pronunciou a respeito das barreiras que se interpõem ao progresso individual: “Com a prática, o treinamento e, acima de tudo, o método, conseguimos aumentar nossa atenção, nossa memória, nosso julgamento e, literalmente, nos tornar mais inteligentes do que antes.” O espírito sempre terá possibilidades de progredir, se desenvolver um mínimo de boa vontade.

Homem caminhando em montanha com céu ao entardecer ao fundo

De qualquer forma, como o espírito sempre experimentará o resultado de suas escolhas, mais cedo ou mais tarde escolherá o crescimento interior por condição única para a percepção da felicidade, conforme explicam os benfeitores espirituais em O Livro dos Espíritos:

“Em cada nova existência, o homem dispõe de mais inteligência e melhor se pode distinguir o bem do mal. Onde o seu mérito se se lembrasse de todo o passado? Quando o espírito volta à vida espiritual, diante dos olhos se lhe estende toda a sua vida pretérita. Vê as faltas que cometeu e que deram causa ao seu sofrer, assim como de que modo as teria evitado. Reconhece justa a situação em que se acha e busca então uma existência capaz de reparar a que vem de transcorrer. Escolhe provas análogas às que não soube aproveitar, ou as lutas que considere apropriadas ao seu adiantamento e pede a espíritos que lhe são superiores que o ajudem na nova empresa que sobre si toma, ciente de que o espírito que lhe for dado por guia nessa outra existência, se esforçará por levá-lo a reparar as suas faltas dando-lhe uma espécie de intuição das em que incorreu.

Tendes essa intuição no pensamento, no desejo criminoso que às vezes vos assalta e a que instintivamente resistis, atribuindo, as mais das vezes, aos princípios que recebestes de vossos pais, quando é a voz da consciência que vos fala. Essa voz, que é a lembrança do passado, vos adverte para não recairdes nas faltas de que já vos fizestes culpados. Na nova existência, se sofre com coragem aquelas provas e resiste, o espírito se eleva e ascende na hierarquia dos espíritos, ao voltar para o meio deles.”

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Elevar-se na hierarquia espiritual significa experimentar a felicidade em sentido perene.

Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro


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Sobre o autor

Antônio Navarro

Orador espírita e Membro da Diretoria do Centro Espírita Francisco Cândido Xavier em São José do Rio Preto - SP.

Articulista espírita dos seguintes meios de comunicação:

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