Nestes últimos tempos passei por situações desafiadoras, fortes o bastante para me tirarem da trilha que já vinha seguindo há alguns anos. Fiquei fora de mim, totalmente desequilibrada e desconectada, e quanto mais eu buscava uma saída e respostas, mais eu me perdia. É como dizem que a areia movediça funciona, quanto mais nos movemos tentando sair, mais afundamos.
E comigo estava acontecendo exatamente isso; dentro da minha cabeça ecoavam milhões de vozes, simultaneamente me julgando, culpando, punindo, desacreditando. Quando um suave som de acolhimento tentava surgir, era engolido pelos gritos implacáveis do “você não vai conseguir!”
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Mas estar há tanto tempo nessa jornada me valeu de muita coisa. Afinal, quanto conhecimento já adquiri e quantas transformações já vivenciei? Eu tinha que tirar proveito disso, colocar as ferramentas que tenho em mãos em prática e construir minha própria corda de salvação.
Vou te contar aqui o que tem funcionado para mim. Caso faça sentido para você, fique à vontade em testar:
Eu abri mão do controle
“Como assim?” você deve estar pensando. Eu me cobrava muito e ficava repetindo para mim mesma o tempo todo: “Você precisa melhorar, você precisa sair dessa, você precisa resolver esses problemas, você precisa…” Ou seja, eu queria controlar tudo o que estava acontecendo comigo naquele momento e racionalmente ficava me cobrando uma saída. E essa foi minha primeira decisão, simplesmente aceitar que eu não estava bem e que eu não precisava fazer nada naquele momento, a não ser aceitar e confiar que tudo tem seu tempo, inclusive o sofrimento. Eu me permiti perder o controle, chorar, xingar, dormir, sentir raiva, tristeza profunda, revolta, até não sentir mais nada de forma tão intensa. Faço a analogia de um pote cheio de emoções, eu ficava lá forçando a tampa para não vazar nada daquilo que eu estava sentindo. E quando resolvi não controlar mais, deixar os sentimentos fluírem, eles começaram a se esvair e o pote a pesar menos.
Eu respirei e meditei
Voltei a praticar a meditação e a respiração para controlar meus picos de ansiedade. Na internet existem muitos vídeos que ensinam várias técnicas muito legais. Para mim essas práticas funcionam como o famoso copo com água e açúcar.
Eu comecei a assumir a minha própria verdade independentemente da opinião alheia. Nesse ponto, no atual momento, estou falando especificamente de trabalho. Há um tempo sei exatamente o que quero e estava me afundando em uma rotina destrutiva por absorver as vozes externas de: “isso não vai pagar suas contas”, “mas você precisa pensar no seu futuro”, “você tem certeza de que vai fazer isso, tem um emprego tão bom” etc. Finalmente decidi: Chega de acordar todo dia com taquicardia por ter que estar em um lugar que não faz nenhum sentido para minha alma só por causa de dinheiro. É a tal da autorresponsabilidade por nossa própria vida. E que delícia ter que tomar minhas próprias decisões.
Fortalecer minha autoestima
Eita bicho trabalhoso esse de acreditarmos em nós e em nossas potencialidades. Crer na nossa perfeição do jeitinho que estamos. Que somos merecedores de toda a abundância do Universo, merecedores da felicidade genuína. Dá um trabalhão, mas todos os dias eu mentalizo algo positivo a meu respeito e toda vez que aquela voz do “você não é boa o suficiente” se aproxima eu respiro, sorrio e digo em alto e bom tom que “SIM, EU SOU!”
Enfim, o que eu quero trazer neste texto é que a nossa alma está o tempo todo nos sinalizando, tanto coisas positivas quanto negativas, se estamos com um nó na garganta, se o sorriso sai frouxo, se o corpo adoece ou se desenvolvemos algo com leveza, se um convite faz sentido ou se você se vê indo forçado pelo desconhecido.
Silencie, entregue, confie e ouça. É clichê, piegas e repetitivo, mas a resposta sempre estará dentro de nós.
E depois de cinco meses longe daqui volto desejando que ao acabar a leitura deste texto você possa estar se sentindo um pouquinho melhor do que quando iniciou sua leitura. É exatamente assim que estou me sentindo digitando estas últimas palavras.