As nossas limitações apenas expõem o tamanho da própria sombra e revelam quanto material precisamos tornar conscientes, pois enquanto não acendermos as luzes da alma, jamais seremos iluminados. Enquanto não tornarmos conscientes o conteúdo inconsciente, viveremos limitados por fronteiras impostas pelo medo.
O medo é um sentimento negativo; na verdade, o pior deles, pois é a fonte de todos os outros. Sendo negativo, significa que não existe, ou seja, que é apenas a sinalização de uma ausência. Assim como na matemática, onde usamos números negativos para fechar equações, na vida funciona do mesmo jeito, nomeamos de negativos aqueles sentimentos que desconhecemos.
Eu posso dar duas maçãs para alguém, mas não posso dar menos duas maçãs. Isso significa que o -2 é apenas a constatação de uma ausência. Não posso dar vida ao -2 e não posso torná-lo uma entidade, uma vez que ele é apenas uma informação, no entanto é isso que fazemos com os nossos sentimentos.
O medo, como sentimento negativo, apenas denuncia uma ausência. Em seu caso, seria a ausência de conhecimento. Ninguém teme aquilo que conhece. Todos temem o desconhecido, portanto o medo é fruto da ignorância. Essa mesma ignorância serve de argila para a criação de um mundo de ilusões que foi edificado a partir de falsos alicerces da existência de algo que nunca existiu.
Falando a grosso modo, sofremos porque somos ignorantes… Todos nós! Por isso o Mestre Nazareno dizia: “Conhecerás a Verdade e ela vos libertará”.
Não há o que alcançar, o que conquistar, o que realizar, o que melhorar… Saia dessa maratona! Você passa a vida inteira agindo como um cachorro que tenta alcançar, sem êxito, o próprio rabo e não se dá conta disso.
Entenda de uma vez por todos que você já é tudo o que precisa ser. Quando Jesus dizia: “O Espírito está pronto, mas a carne é fraca”, referia-se à Verdadeira Natureza do Ser. Algo que já está pronto de fato e não precisa ser aperfeiçoado. É muita presunção do indivíduo querer aperfeiçoar a Vida, como se ele tivesse esse poder.
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Tudo o que você pode fazer para ajudar no processo é destruir a “pessoa” que você inflou de importância e com a qual se identificou. Afaste-se de si, veja-se com uma certa distância, entenda que esse personagem não é você, apenas um construto mental e orgânico vivendo uma experiência voltada para a libertação gradual de uma dimensão que o aprisiona. Você sempre foi o sujeito, nunca o objeto. Esse sujeito é o motor imóvel aristotélico, algo que jamais será incomodado pelos eventos externos. O mundo move-se diante dele. Ele é o único Deus que você irá conhecer.
