Autoconhecimento

Você me pertence

Par de alianças de ouro em cima de folhas secas.

Você me ama?

Claro que amo, meu amor!

Então, prova!

Você já ouviu essa conversa em algum lugar? Eu já! Aliás, já falei isso para muita gente.

Também já disse bastante a seguinte pérola:

“Eu pertenço a você e você me pertence… Para sempre!”.

Lindo, não? Quer prova de amor maior do que essa?

Bem, hoje eu penso diferente e é isso que eu compartilho nestas poucas linhas.

Quando eu me dou para alguém, repasso para ele a responsabilidade de que ele me faça feliz. E, é claro, tomo para mim a responsabilidade de fazer ao outro feliz também.

Lógico que, quando criamos laços amorosos com alguém, tudo o que mais queremos é o bem-estar do outro, porém ficar responsável pela felicidade alheia é antagônico e cria conflitos quando deixamos ao outro a responsabilidade da nossa própria felicidade.

Eu explico…

Sabe aquele curso que você queria fazer, mas que o seu (ou sua) companheiro(a) não permitiria de jeito algum que você fizesse? Ou aquela viagem? Ou diga você o que seria…

O outro vem com argumentos convincentes para que você desista da ideia, dizendo não ser o melhor para você, mas que, na verdade, não passa do ciúme e da insegurança da parte dele de que você conheça outra pessoa e o deixe. E o contrário se aplica.

Já que nos colocamos nas mãos alheias, deixamos com que o outro decida por nós. E quando nós decidimos pelo outro, o fazemos baseados nos nossos próprios parâmetros, que são as nossas inseguranças, medos, sonhos e esperanças. Bons ou maus, são os nossos interesses, não do outro. Convenientes a nós, não necessariamente ao outro.

Afinal, o outro me pertence.

Ah, e eu pertenço a ele, é claro…

É uma troca louca.

Nessa cumplicidade, o que se barganha não é a felicidade alheia, mas, sim, as próprias inseguranças, via de regra.
Seguindo o exemplo, se caso cada um tomasse para si mesmo a responsabilidade pela própria felicidade com o lema de que “eu pertenço a mim mesmo”, a pessoa ingressaria no curso e certamente se sentiria com mais sentido e propósito em sua vida. Diante disso, estaria muito mais confiante e feliz, é óbvio.

A contrapartida desse estado de espírito confiante, amoroso e receptivo seria depositada no relacionamento com o outro, que teria em mãos uma relação de muito mais conivência e solidez.

Se esse outro também estiver nesse espaço de tomar para si a responsabilidade por si mesmo, haverá então uma cumplicidade maravilhosa, pois a cobrança entre o casal pela felicidade alheia não será no nível de ameaça nem de barganha.

Porém é tão comum ouvirmos a frase:

“Tudo o que eu quero é alguém que me faça feliz…”.

Temos apenas que tomar muito cuidado com isso, pois ter alguém ao nosso lado para ser feliz junto conosco é uma coisa, mas ter alguém que terá a obrigação de nos fazer feliz é outra completamente diferente.

Jogaremos nas mãos do outro a responsabilidade pela nossa felicidade, coisa que nem nós mesmos conseguimos dar conta direito. Imagine então ele… É insano!

A dica é:

Sempre que vier algum pensamento ou discurso de “VOCÊ TEM QUE ME FAZER FELIZ” e houver essa cobrança ao outro, pense se o que está sendo cobrado poderia ser feito por você.

Apenas pense se a responsabilidade realmente deveria ser repassada ao outro.

Caso não fosse repassada, o que aconteceria? O que você assumiria?

Aqui não há certo nem errado. Esse é apenas um exercício de percepção.

Bem, eu vou fazer o possível para me responsabilizar por mim.

Se não der certo, então eu faço um pedido:

Por favor, tudo o que eu peço é que você me faça feliz! É pedir muito?

Fico por aqui e convido você a um papo com café em meu Espaço Terapêutico. Caso não seja possível, convido-o a um papo virtual.

Beijos no coração!


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Sobre o autor

Dinâmica do Ser - Luis Cesar Pereira

Luis Cesar Pereira, palestrante, fundador do Espaço Dinâmica do Ser, Terapia & Desenvolvimento Pessoal e autor de livros pela Editora Vida & Consciência (pelo pseudônimo literário de André Ariel). No ano de 2.006, após um período de 18 anos consecutivos na posição de paciente/cliente dentro da psicologia tradicional, ingressou no mundo terapêutico como profissional, participando de formações, MBA em Gestão de Pessoas, pós graduação em Psicologia Psicossomática, cursos e treinamentos diversos na área, procurando formas de diminuir o tempo do processo terapêutico, aumentando sua eficácia. Aproveitando a experiência de 10 anos no mundo das organizações, trabalhando em multinacionais como gestor e outros 9 anos como empresário no setor de varejo, começou o projeto que tem como missão elevar a qualidade de vida das pessoas, através da transformação da maneira como elas percebem o mundo, a si próprias e, principalmente, fornecer ferramentas para que possam atingir estes objetivos, de forma pontual, rápida e assertiva.

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