Você sabe aquele tipo de criança que pergunta sobre tudo? Aquelas perguntas que muitas vezes não temos a menor ideia da resposta?
Eu era esse tipo de criança… perguntava porque o céu era azul, se um carro podia ao mesmo tempo estar indo ou voltando para um destino no mesmo lado da estrada, de onde vinha a luz, porque as marés subiam e desciam, porque eu não tinha idade para certas coisas e para outras tinha… e por aí as perguntas seguiam.
Sempre fiz muita questão de entender toda a realidade que estava ao meu alcance.
Jeitinho de menina, mas com um lado racional absolutamente aflorado. Não bastava dar uma resposta qualquer, eu gostava de realmente entender a lógica e estrutura do que estava por detrás daquela explicação.
Observadora, devoradora de livros e fuxiqueira das conversas de adulto. Queria me ver feliz? Me chamasse de miniadulto ou de muito madura para uma menina com a minha carinha de boneca. Essa foi a realidade que fui criando para mim, era isso que eu gostava de criar.
Automaticamente, eu começava a ver a vida desta forma. Com o olhar de uma pessoa que não tinha a idade que aparentava, que estava buscando coisas que não se enquadravam na minha faixa etária. Com o tempo, fui me tornando aquela mulher que de tanto buscar coisas diferentes, começou a ser tachada como a esquisita, a que “se achava melhor” do que as outras, sendo que nunca foi isso, nunca foi sobre isso… eu fazia todo este movimento de forma inconsciente.
Eu “só” queria me superar, eu queria melhorar, queria desesperadamente acreditar que era amada e aceita. Inúmeros estudiosos indicam que o ser humano tem 3 necessidades básicas, quais sejam: ser amado, ser ouvido sinceramente e ser aceito.
Ah… porque eu não soube disso antes…
Teria sido tão mais fácil… porque quanto mais eu trabalhava para ter essas três necessidades atendidas, mais eu via, criava, era, fazia e tinha conflitos.
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Divagações à parte, hoje tenho absoluta certeza que as coisas acontecem por um motivo e sou muito grata por ter passado por tudo isso, pois essas experiências me preparam para estar aqui escrevendo para você, para ter consciência de quem eu sou e de quem eu quero ser.
Segue a imagem do ciclo da realidade para que você possa compreender.
Qual realidade você tem criado para si mesmo?
