Yoga e meditação, duas práticas milenares trazidas da Índia e que atualmente ganharam vários adeptos pelo mundo. Seja por motivos religiosos, bem-estar, busca pelo autoconhecimento, saúde, seja por conexão consigo mesmo.
Seja lá qual motivo pessoal fez você entrar nessas práticas, ou se você não é praticante, mas tem curiosidade em conhecer ou apenas gosta de ler o que eu escrevo, neste artigo quero trazer uma visão ampla e mais “pé no chão” sobre a yoga e a meditação, suas origens, os objetivos de cada prática e seus benefícios.
Antes de tudo, antes de religiões, a meditação e a yoga são ciências bastante antigas, originadas na Índia, que têm como objetivo a introversão, você se voltar para si mesmo, a resposta dos anseios humanos em uma sociedade que acredita que as respostas sempre estão em fatores externos, a percepção das coisas de forma muito limitada apenas aos cinco sentidos que conhecemos. As coisas físicas, que podem ser ilusórias… enquanto essas duas práticas vieram para que nós na contramão buscássemos a raiz de todo o sofrimento, mudando o fluxo de a mente se conectar com o presente, fazer uma interiorização, buscar dentro de nós quem somos, o que estamos fazendo aqui, de forma mais sutil e observar nossas emoções, como nosso corpo está absorvendo tudo o que está acontecendo.
Neste mundo caótico que sempre exige que sejamos acelerados, agindo automaticamente como máquinas. Como dizem uns por aí, não temos tempo nem para respirar. Estamos sempre estressados, não paramos para respirar conscientemente, refletir sobre como estamos, o que precisamos e quem somos, o que o nosso corpo precisa, estarmos presentes para tudo isso.
A ideia deste artigo me veio quando percebi a necessidade que as pessoas têm de buscar paz interior. Elas perceberam que a resposta para os anseios da sociedade não está no externo, as respostas para a forma pela qual a nossa vida vem fluindo estão dentro de nós. O caminho para a nossa vida estar sendo o que é hoje é um resultado de escolhas que fizemos anteriormente em nossa vida.
A meditação e a yoga vieram para mudar as nossas percepções sobre o mundo, porque é nisso que temos controle, o ego, como o ego se comporta, nos colocar no mundo.
Compreenda a nossa mente como uma antena que absorve energias e essas energias nos afetam, nos impedindo de visualizar as coisas com mais clareza, nos coloca em ponto de equilíbrio, te faz focar nesse momento, é como dar uma pausa no fluxo externo para se voltar para o seu interno.
Parece algo inacessível. Quando se fala em meditação e yoga, imaginam-se monges e gurus iluminados, algo quase que utópico de alcançar, mas todos podem praticar. Não sou uma monja, ainda estou construindo meu caminho para a iluminação e mesmo assim essa prática faz parte da minha rotina. Não precisamos ser seres iluminados para praticar yoga e meditação, pois a iluminação é um fim e não um meio, todos que aderem a essas práticas buscam bem-estar físico, emocional e até espiritual. A coisa toda é bem mais pé no chão do que se imagina e não algo utópico, distante.
Bom, vamos para a parte da origem dessas práticas. Como já sabem, elas se originam na Índia. Hindus e budistas usam essas práticas para se conectar consigo mesmos, com o Universo como um todo, conexão com o divino, práticas religiosas. Lembrando que tanto o Deus Krishna quanto Shakyamuni Buda são avatares do Deus Vishnu, nas crenças budistas e hinduístas se fala do caminho da iluminação, sobre ahimsa (a não violência), a consciência plena e o equilíbrio como uma forma de alcançar a iluminação. Ou, como chamamos no budismo, o estado budico (nibbana).
No caso da yoga, consiste em posturas ou asanas representados por arquétipos com o objetivo muito maior do que a flexibilidade e a respiração, os pranayamas (em sânscrito, expansão da fonte de energia), com vários efeitos no emocional, no espiritual… Na verdade, nem tem como explicar a sensação gostosa e leve depois de uma prática de yoga, é a mesma de quando você faz reforma íntima.
A reforma íntima é o autoconhecimento, a busca pela melhor versão de si. A yoga fala sobre união, harmonia consigo mesmo e com o mundo à sua volta.
Não quer dizer que a yoga vai fazer milagre na nossa vida, mas muda sim as nossas percepções, como lidamos com as coisas e principalmente nossas emoções em sincronia com as nossas ações, o que é muito importante para fazer as melhores escolhas, para agirmos com integridade. Ou seja, viver a nossa verdade, quem nascemos para ser.
Agora falando sobre os asanas, cada asana mexe com alguma parte do nosso corpo, os órgãos, flexibilidade, vitalidade, o alinhamento de todos os chakras, os centros energéticos do corpo. Desde o primeiro ao quarto chakra, que cuidam da sua vitalidade, seus relacionamentos, suas vontades e até a movimentação de sua vida; até os últimos chakras básicos, que cuidam da sua espiritualidade, emocional, intelectualidade.
Não podemos nos esquecer de que além de colocar em equilíbrio a Yoga ativa esses pontos energéticos para que possamos fazer melhor uso das propriedades que trazem.
Perceba a ciência por trás da yoga, que inspirou vários conhecimentos que temos hoje em dia. A concentração plena que a yoga exige, a respiração profunda, para que cada vez mais haja a entrega para a prática e assim conseguir todos os benefícios, que são profundos, alteram nossas células, reações químicas. Yoga é união, união da consciência e corpo como um todo. É uma medicina alternativa.
Claro que a medicina holística, alternativa não tira a importância e eficiência da medicina tradicional, as duas são bem válidas. Vários profissionais usam esses dois tipos de conhecimento, até porque foi comprovado que a origem da maioria das doenças está no emocional. Vão se acumulando coisas que afetam nosso emocional… Sem haver o devido tratamento, se manifestam no corpo em forma de alguma doença.
É como se seu corpo falasse “Ei! Cuida mais de mim! Tem algo que não está indo bem aqui!”
Essas práticas entram nessa parte aí da história, vão te colocar em contato consigo mesmo, mostrar quais são as questões que você tem que lidar, vão ser tratadas desde a raiz. Repetindo, não tiram a importância da medicina tradicional, mas, como falei, é valioso complementar com esses dois métodos.
Na yoga existem vários mestres e métodos bastante conhecidos.
A começar pelo mestre De Rose, que lançou o método De Rose, muito parecido com
o Hatha Yoga, que tem como objetivo a purificação, preparação para a meditação e autocontrole sobre movimentos internos do próprio corpo. Muito disseminado pelo professor, escritor e militar Hermógenes.
Karma yoga, as realizações das práticas de Hatha Yoga, o desapego, atitudes altruístas e compassivas, tendo consciência de que somos uma parte de um todo.
Mantra yoga, a prática de interiorização das posturas (asanas) do seu sadhana (caminho da prática do yoga), por meio da repetição de mantras (instrumento para conduzir a mente), com a ajuda de um japa, cordão com 108 contas para ser usado para cantar mantras e entrar no estado meditativo.
Bhakti Yoga, o estado de plena devoção e contemplação, percebendo o divino presente em tudo.
Jnana Yoga, caminho da sabedoria. O intelecto e o discernimento devem ser usados para alcançar a liberdade espiritual.
Raja Yoga: combinação de todos os estados da yoga, criado por Krishna e sistematizado por Patânjali. Nesse último estado, contempla também práticas meditativas, com o objetivo de além da consciência plena conseguir um equilíbrio espiritual.
Outro grande mestre que disseminou essa prática foi Yogananda (também autor de o “Baghavad-Gita – Diálogo entre Krishna e Arjuna”).
Como a prática de yoga é um preparatório para a meditação, vamos falar sobre ela também.
A meditação é a técnica do silenciamento da mente e dos sentidos. Quando meditamos, nos afastamos de todas as interferências externas, estresse e ansiedade para nos voltarmos para nós mesmos e observarmos e analisarmos a influência que tudo isso teve no nosso interno.
Essa prática exige que estejamos sentados com as pernas em cima uma da outra ou uma na frente da outra (como geralmente é feito). As mãos são colocadas em cima dos joelhos em um mudra (gesto), que vai canalizar o fluxo de energia em cada campo específico do cérebro e assim vai ser mandado para uma determinada parte do corpo.
Nosso corpo é formado pelos cinco elementos que controlam as ações fisiológicas do corpo. Esses elementos estão relacionados com nossos dedos. O dedo mínimo representa a água; o anelar representa a terra; o dedo médio representa o éter; o dedo indicador representa o ar; e o dedo polegar representa o fogo. Cada mudra traz uma conexão com as energias primordiais do Universo, trazendo benefícios, dependendo do que estamos procurando.
Vou falar sobre os mais conhecidos.
Jnana Mudra: um mudra que interfere no sistema nervoso. Consiste em conectar os dedos polegares com os dedos indicadores, formando um círculo, enquanto os outros dedos devem ficar esticados.
Varun Mudra: um mudra que interfere nos músculos. Conectando dedos anelares e dedos mínimos aos dedos polegares, ajuda na flexibilidade.
Primeiramente temos que compreender que a meditação pede o puro contentamento, de além de se manter presente nesse momento, se analisando, nos manter em silêncio e olhos semifechados. A respiração deve ser constante e não deve ter nenhuma interferência no fluxo da respiração, não desejar ou querer nada, mostrar gratidão pelo que já tem e buscar o conforto.
A prática de meditação e de yoga deve ser confortável. Deve nos desafiar, sim, mas dentro dos nossos limites.
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O melhor dessas duas práticas é que elas podem ser praticadas quantas vezes você sentir necessidade. Claro que há uma adaptação. Na yoga se adapta os asanas exatamente para que a prática seja bem-feita e seja confortável. Os mantras também precisam ser adaptados, cada mantra tem um objetivo específico, uma preparação específica do seu humor, emocional, psicológico para ser eficaz e ter o efeito esperado.
E aí? Já conhecia essas práticas, já praticou meditação e yoga? Comente aqui como começou! Se você ainda não praticou, eu recomendo tirar um tempo do seu dia, isso faz parte do autocuidado e não há ninguém mais importante na sua vida do que você mesmo.
Gratidão a você que leu!