Tudo na vida pode ser uma experiência na prática filosófica do yoga. Ao expandir o olhar sobre a vida você já está levando o yoga para além do tapetinho, transformando e aprendendo com os acontecimentos do cotidiano. A prática completa, ou seja, não apenas as posturas, mas a respiração, a meditação e o estudo vão trazendo clareza e discernimento para alterar desde pequenos hábitos até a visão do mundo.
Enquanto yoga em cima do tapetinho, realizamos posturas que gostamos e outras que, ainda que exijam mais adaptações, precisamos para a saúde do corpo e da mente. Essas posturas mais difíceis mostram onde precisamos evoluir tanto no corpo físico quanto na identificação de bloqueios mentais. Eu, particularmente, trabalho o medo das posturas invertidas, o que é interpretado como o meu mundo organizado virar de ponta-cabeça, mas tenho facilidade com torções, que simbolizam a abertura para ver outras direções a seguir. Ainda em cima do tapete, o relaxamento e a meditação nos trazem a observação interna: como respiro? Como me sinto? Consigo controlar meus pensamentos?
Então passamos para o que é a prática do yoga fora do tapetinho. Aí entram os ramos do yoga, como o karma yoga, e a prática de agir com compaixão, sem esperar ser recompensado ou reconhecido. Há ainda o jñána yoga, o autoconhecimento, no qual analisamos “quem sou eu” e buscamos o conhecimento, a leitura e o autoestudo. O bhakti yoga nos traz o yoga devocional, no qual honramos as forças da natureza e percebemos nossa divindade interior.
Para além dos ramos, a prática do yoga fora do tapetinho envolve ter em mente suas atitudes de forma equilibrada. Você não está proibido de perder a paciência, mas não adianta evoluir na sua prática de meditação e quando abrir os olhos, ignorar como funcionam seus padrões mentais e manter os hábitos que geram ansiedade, raiva e tristeza. Não se trata de buscar uma positividade forçada. Hoje em dia alertamos muito sobre a positividade tóxica, mas é exatamente ter consciência do equilíbrio das emoções, permitir-se tirar um dia para relaxar e não praticar ou para observar seu comportamento sem julgamentos.
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Portanto yoga fora do tapetinho significa cuidar de si mesmo, não insistir em relações destrutivas, em alimentos não saudáveis ou em comportamentos intolerantes, por exemplo. Observe quando as consequências dos seus atos lhe incomodam. Ao praticar yoga fora do tapetinho, você vira agente de sua própria transformação.