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Yoga no mito grego de Teseu e o Minotauro

Escrito por Pedro Kupfer

Na mitologia grega, a jornada do herói em busca de si mesmo aparece em diversos mitos, como os de Orfeu e Ulisses, e se traduz melhor na história de Teseu e o Minotauro. Esse mito relaciona-se muito bem à caminhada do yogi em busca do autoconhecimento.

O rei de Atenas, Teseu começa sua jornada retirando todos os bandidos de Ática, depois se dirige à beira do rio Cefiso para fazer um ritual de purificação, conhecido como bhutashuddhi, no Yoga.

Teseu pode ser visto como o paradigma do yogi, que mergulha no abismo do seu inconsciente. A fim de livrar sua pátria do tributo que prestava a Minos, o herói foi a Creta e, inspirando o amor de Ariadne, filha de Minos, consegue sair vitorioso. Ela então lhe dá o fio com o qual consegue sair do labirinto após matar o monstro Minotauro.

A conduta de Teseu sintetiza tudo que um herói é: jamais para após a vitória. Assim como os yogi, o herói busca além. E quanto mais temível é a aventura que ele vive, maior será o valor da vitória.

O Minotauro, o touro de Minos, que se caracteriza como os nossos monstros interiores, nossos traumas e medos, tinha um corpo de homem e cabeça de touro, sua geração veio a partir da relação de Pasifae, a esposa do rei Minos, com um touro.

O labirinto pelo qual Teseu teve que passar foi construído pelo sábio Dédalo, pai de Ícaro, e, por ser interpretado como a própria consciência humana, era cheio de confusões e caminhos sem volta.

Quando chegou ao fim a guerra entre Creta e Atenas, a derrota dos atenienses teve como preço a vida de sete rapazes e sete mulheres, a cada sete anos, para alimentar o Minotauro, que apenas se alimentava de carne humana.

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O ato do canibalismo praticado pelo monstro indica que os medos, os traumas e as fobias que temos nunca serão inertes, ou seja, movem-se constantemente no nosso inconsciente, como um tumor que quer se expandir. Para matar o monstro e acabar com o mal, Teseu usa uma espada que representa o discernimento, ou seja, nossa capacidade de conseguir separar o que é certo do que é errado, sendo também a chave principal para o processo do autoconhecimento e da superação de nossas próprias dificuldades.

Assim como em outros mitos, a história de Teseu e Minotauro nos mostra o que há de comum em todas as culturas, tempos e lugares: o ser humano busca a plenitude e a felicidade.

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Já os símbolos que estão presentes em cada história nos revelam o que há em comum nas jornadas bem-sucedidas: não é só pelas ações que podemos conhecer a plenitude que já somos, mas sim aplicando discernimento e também conhecendo a nós mesmos através do autoconhecimento.

Sobre o autor

Pedro Kupfer

Pedro vive de vegetais, praia e surf. É casado com Ângela Sundari, com quem viaja com frequência para surfar, estudar, ensinar e compartilhar momentos bons com os seres humanos, plantas e animais deste belo planeta. Ensina Yoga há 30 anos. Move-se entre Portugal, Brasil, Índia, Indonésia e Chile, lugares que ama por diferentes motivos, sendo o mais importante de todos, as pessoas que conhece neles.

Oṁ Gaṁ Gaṇapataye namaḥ!

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